Descubra a emocionante história de um relógio parado no tempo que guardava memórias esquecidas. Fotos antigas, cartas de amor e segredos revelados: uma jornada nostálgica sobre o poder das lembranças que unem gerações. Leia agora e inspire-se!
Por João Alberto da Silva - Fotógrafo
O relógio que parou no tempo

Era uma casa antiga, cheia de cantos e recantos que guardavam segredos. No quarto do fundo, sobre a cômoda de madeira escura, havia um relógio de parede que não funcionava há anos. Seu ponteiro estava parado nas 3:15, como se o tempo tivesse congelado naquele exato momento. Para muitos, era apenas um objeto esquecido. Para mim, era a chave para um mundo de lembranças.
Uma casa antiga, com detalhes de madeira e janelas envidraçadas. No quarto do fundo, uma cômoda escura com um relógio de parede parado às 3:15. A luz do sol entra suavemente pela janela, criando uma atmosfera nostálgica.
O rigual do Tempoo

Meu avô era um homem metódico. Todos os dias, às 6h em ponto, ele dava corda no relógio da sala, um ritual que marcava o início do dia. O relógio do quarto, porém, era diferente. Ele pertencia à minha avó, e ninguém sabia ao certo por que ele parou de funcionar. Alguns diziam que foi no dia em que ela partiu. Outros, que ele simplesmente cansou de marcar as horas.
As Histórias por Trás do Tique-Taque

Quando eu era criança, adorava observar aquele relógio. Minha avó costumava dizer que ele guardava segredos. "Cada tique-taque é uma memória", ela dizia, enquanto me mostrava fotos antigas e contava histórias de quando ela e meu avô eram jovens. Eu não entendia muito bem na época, mas hoje sei que ela estava certa.
O Esquecimento e o Reencontro

Anos depois, quando a casa foi desocupada, o relógio foi esquecido. Ficou lá, parado no tempo, enquanto o mundo continuava a girar. Até que, em um dia de limpeza, resolvi levá-lo para consertar. O relojoeiro, um senhor de óculos grossos e mãos habilidosas, abriu o relógio com cuidado. Dentro, encontrou uma pequena foto dobrada. Era minha avó, jovem e sorridente, com uma dedicatória escrita no verso: "Para sempre, no tempo e no coração.
Descobertas e Surpresas

A foto foi apenas o começo. Dentro do relógio, havia também uma carta antiga, escrita pela minha avó para o meu avô. Era um bilhete simples, mas cheio de amor e promessas. A partir daí, comecei a vasculhar a casa em busca de outras memórias. Encontrei diários, cartas e objetos que eu nem sabia existir. Cada item contava uma parte da história, como peças de um quebra-cabeça que eu nunca soube que estava montando.
O despertar das horas

O relógio, agora consertado, voltou a marcar as horas. Mas, para mim, ele continua parado nas 3:15, no exato momento em que minha avó partiu. Ele é um lembrete de que, embora o tempo passe, algumas memórias nunca se perdem.
O Legado que vive em mim
Hoje, o relógio está guardado em uma caixa especial, junto com outras lembranças da minha avó. De vez em quando, eu o tiro para admirar e dar corda, ouvindo o tique-taque que ecoa como um abraço do passado. Ele não marca apenas as horas; marca também o amor, a saudade e as histórias que nos fazem quem somos.

Embora não esteja pendurado na parede da sala, ele ocupa um lugar especial no meu coração. E, sempre que olho para ele, lembro que algumas memórias nunca se perdem – elas apenas esperam o momento certo para serem revisitadas.
E você, tem algum objeto que guarda memórias especiais? Compartilhe sua história nos comentários ou marque alguém que também viveu momentos inesquecíveis ao lado de um relógio, uma foto ou qualquer outra lembrança que resistiu ao tempo.